13 de mar. de 2007

Trilogia




















I

Uma estrela
pode ser qualquer estrela
(até que expire)
até que seja a sua

uma estrela morre
muito antes de nós
e continua morrendo
mesmo além de nós

a sua estrela continua
morta-viva pelo espaço
e será de outrem também
na elegante tradição
da promiscuidade cósmica.



















II

Palpita o silêncio
de perdas inúteis
a estrela
(memória morrente)
o raio
(corisco enterrado)
pedras enfileiradas
pepitas solenes
num jardim sem dono
cedo aparece o sol
raiando em cada gota—
eliminando testemunhas.
























III

Euforia e fúria
a mesma face
de uma só moeda
faca afiando
a cisma férrea
fornecendo ao chão
o fluido no fluxo necessário
ao fim do mau à queda
ao fenecimento arbitrário
da força vital.


[el rodriguez]

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